VI Encontro Intercultural Saberes e Sabores

VI Encontro Intercultural Saberes e Sabores

Um pequeno mundo no Alto do Moinho

O Pavilhão Municipal dos Alto do Moinho foi, entre os dias 25 de fevereiro e 3 de março, espaço de interculturalidade. Tratou-se do VI Encontro Intercultural de Saberes e Sabores, uma iniciativa organizada pela Câmara Municipal do Seixal, Junta de Freguesia de Corroios e Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho, que tem constituído um importante veículo de divulgação da diversidade cultural promovendo o diálogo intercultural, o respeito pelas diversas culturas e a integração dos imigrantes.

Portugal, Paraguai, México, Peru, Cuba, Espanha, Itália, Roménia, Moldávia, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e China, foram os países representados nesta mostra de cores e sabores. Embaixadas, associações de imigrantes, e organizações regionais, incluindo a Madeira, revelaram o que de melhor os seus países e regiões têm para mostrar.

O programa deste ano foi bastante diversificado com espetáculos de música, teatro, documentários, artesanato, exposições, desporto e gastronomia.

No dia 1 de março foi feita a receção às entidades oficiais e a abertura da feira de Artesanato e Gastronomia. Estiveram presentes o presidente da CM Seixal, Alfredo Monteiro e a vereadora Corália Loureiro, o presidente da JF Corroios, Eduardo Rosa, representantes das embaixadas dos países participantes e muitos outros convidados.

Após uma visita ao espaço a comitiva assistiu à Dança do Leão, a uma demonstração de Artes Marciais e a atuação dos Pauliteiros de Miranda. Seguiram depois para o local da exposição “O vermelho na Cultura Chinesa”, uma mostra sobre a China, cedida pela Embaixada, com elementos da cultura de Macau, cedidos pelo Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Portugal.

Grande variedade cultural

Para o presidente da JF Corroios, Eduardo Rosa, iniciativas como o Encontro Saberes e Sabores são «o reflexo do que se faz ao longo do ano com o nosso movimento associativo». Ao mesmo tempo esta é uma «iniciativa que traz para este espaço a variedade cultural que existe na freguesia e no concelho do Seixal. Temos na nossa freguesia residentes de Cabo verde, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e outros, que estão aqui representados com standes. Queremos que se sintam verdadeiramente integrados naquilo que é um todo de um concelho e de um país que é Portugal, mais unido, mais fraterno e mais igual».

«É acima de tudo um encontro que começa a ser tradição e é muito a expressão da realidade do concelho do Seixal. Um concelho que é ponto de encontro de culturas e gerações, de comunidades com grande expressão como os países africanos e outras da Europa», sublinhou o presidente da CM Seixal, Alfredo Monteiro.

Para o Alfredo Monteiro é «fundamental continuar a apostar neste tipo de iniciativas porque é a realidade de Portugal, onde todos são importantes».

A importância da água

A Água - Direito Humano Fundamental, cedida pelo Instituto Marquês de Valle Flor, foi uma das exposições presentes no Encontro Saberes e Sabores. Aliás a temática da água esteve em destaque na iniciativa com a apresentação do documentário Guerra da Água, de Licínio Azevedo.

O documentário, rodado em Moçambique em 1995, serviu de introdução a um debate onde ao tema da água, a sua importância e a sua escassez estiveram em evidência.

O filme centra-se em quatro histórias que se cruzam numa aldeia moçambicana da região do Chicorno. Histórias sobre a importância de uma lata de água, de um poço que se avaria, de um caçador solitário, de um pássaro que, dentro de uma gaiola, se transforma numa telefonia portátil… A atravessar todas estas histórias, a dignidade dos olhares das pessoas. São três as personagens deste documentário: o poço, as mulheres e o embondeiro, que retrata o problema da escassez da água no país.

No debate participaram Luís Ribeiro, do Instituto Superior Técnico e Hermínia Ribeiro, do Instituto Marquês de Valle Flôr, que ajudaram a perspetivar questões como a importância da água potável e os problemas de saúde que daí decorrem para milhões de pessoas. Também se alertou para as consequências que poderá ter para as populações a prevista privatização dos serviços ligados ao abastecimento de água.