Sapal de Corroios

Sapal de Corroios

Património Natural

Dez por cento do território do concelho do Seixal faz parte Reserva Ecológica Nacional (REN). Ai estão inseridos o Sapal de Coina, o Sapal do Talaminho e o Sapal de Corroios, locais importantes dos património natural do concelho.

O Sapal de Corroios é a zona húmida mais bem conservada de todo o estuário do Tejo, a sul de Alcochete, sendo de salientar a riqueza ornitológica e a fauna aquática ali existentes.

Zona de domínio público hídrico, abrangida pela legislação da Reserva Ecológica Nacional, desempenha um papel vital para as populações de peixes, bivalves, crustáceos e aves limícolas, residentes e migratórias do estuário do rio Tejo. Vários estudos botânicos realizados pela Faculdade de Ciências de Lisboa concluíram como características peculiares desta formação vegetal a grande produtividade biológica e a capacidade de despoluição das águas. É um ecossistema que tem capacidade de armazenar e sequestrar metais pesados, junto às raízes da vegetação, tornando-os inativos.

O Sapal é ainda um amortecedor de temporais, absorvendo a grande energia das ondas de tempestade e atuando como reservatório das suas águas reduzindo assim os danos para o interior. Constitui abrigo e proteção dos peixes juvenis contra predadores, garantindo a sua sobrevivência e a manutenção dos stocks de pesca das zonas costeiras adjacentes. Esta área têm vindo a abrigar várias espécies de aves protegidas por Directivas da União Europeia.

Este local serve de pouso temporário para muitas aves migratórias. O Sapal de Corroios funciona também como uma «maternidade» e «creche» para diversas espécies de moluscos, crustáceos e peixes.

Ecossistema rico

Apesar de se encontrar no meio de uma zona fortemente edificada, o Sapal de Corroios é um bom local para observar diversas espécies de aves aquáticas, com destaque para as limícolas. O melhor local de observação situa-se junto ao Moinho de Maré de Corroios, especialmente durante a maré-baixa.

Entre as espécies mais habituais, são de referir: o pernilongo, o alfaiate, o borrelho-grande-de-coleira, a tarambola-cinzenta, o pilrito-comum, o maçarico-de-bico-direito, o perna-vermelha-comum e o maçarico-das-rochas. Menos abundantes mas também regulares são o fuselo, o maçarico real, o perna-verde-comum e a rola-do-mar. Durante a passagem migratória são frequentes os maçaricos-galegos.

Para além das limícolas, são habituais as gaivotas, particularmente o guincho e a gaivota-d'asa-escura, e ainda algumas aves aquáticas de grande porte, como a garça-real, a garça-branca-pequena e o corvo-marinho-de-faces-brancas. Com alguma frequência surgem aqui pequenos bandos de colhereiros e também alguns flamingos.

Nos espaços ajardinadas junto ao moinho de maré são muito frequentes os exóticos mainás-de-crista. Nas zonas circundantes acorrem diversas espécies de aves terrestres como a fuinha-dos-juncos, o chamariz e o andorinhão-pálido. O rouxinol-bravo, embora difícil de ver, pode ser ouvido com frequência a cantar por entre a vegetação. Na Primavera observa-se igualmente o abelharuco.